Este é um breve estudo em 2 Samuel 11. Uma reflexão sobre algumas escolhas de Davi e suas consequências, e como podemos evitar que essa trama se repita em nossas vidas.
“No começo do ano, época em que os reis costumavam ir à guerra, Davi enviou Joabe e as tropas israelitas para lutarem contra os amonitas (...). Mas Davi ficou em Jerusalém.” (2 Samuel 11.1 NVT).
Introdução
O capítulo 11 de segundo livro de Samuel narra o começo dos episódios mais trágicos da vida do rei Davi, aquele humilde e valente pastor de ovelhas, escolhido por Yahweh para liderar a nação de Israel (1Sm 13.14; 2Sm 7.8).
O tempo do pastoreio de ovelhas já havia passado. Agora, na condição de rei, Davi passa a ter novas atribuições e responsabilidades. Torna-se um homem de guerras. Tinha o dever de estar na linha de frente das batalhas com o seu exército, como costumava fazer (2Sm 10.15-17; 8.1-5).
Mas um belo (ou maldito) dia tudo mudou. Davi não vai à guerra; em vez disso, prefere ficar no palácio, em Jerusalém. Para comandar a batalha daquele dia designa a Joabe, general de seu exército, e por ali mesmo fica.
O rei sequer imaginava, mas esta “insignificante” decisão traria para si as maiores desgraças jamais antes vistas em sua vida.
1º PECADO: OMISSÃO
O primeiro erro (ou pecado) de Davi foi negligenciar o seu dever: – “Davi enviou Joabe e as tropas israelitas para lutarem contra os amonitas (...). Mas Davi ficou em Jerusalém.” – ao invés de ir à guerra com o exército, ficou no palácio, numa clara atitude de omissão.
Que problema temos aqui? Os homens de Davi estavam indo para mais uma guerra lutar por seu povo e por suas vidas. Muitos deles não voltariam para casa, pois morreriam lá. Enquanto isso, Davi ficaria ocioso, ou melhor: ocupado no desfrute dos luxos do palácio real. Definitivamente o rei não agiu bem. Sua atitude foi péssima.
A consequência da omissão de Davi
“Lembrem-se de que é pecado saber o que devem fazer e não fazê-lo.” (Tiago 4.17).
Ao omitir-se de ir à guerra, cometendo assim o seu primeiro erro, Davi logo se expôs a outros riscos. Riscos de origens internas, obscuramente nascidos do íntimo do de seu coração.
Davi sequer imaginava o que estava para acontecer ou que cederia tão fácil. Mas logo, dentro de poucos instantes, estaria exposto a uma terrível tentação.
Tentação é o desejo veemente de se praticar um ato errado, insano. É um convite da natureza humana caída para que a pessoa pratique o que a lei condena, seja esta lei de Deus ou dos homens.
“A tentação vem de nossos próprios desejos, que nos seduzem e nos arrastam.” (Tiago 1.14).
Você lembra da história dos irmãos Caim e Abel? Ao sentir ciúmes, Caim desejou matar Abel. Então Deus lhe disse: – “Se você fizer o que é certo, será aceito. Mas, se não o fizer, tome cuidado! O pecado está à porta, à sua espera, e deseja controlá-lo, mas é você quem deve dominá-lo.” (Gn 4.7) – a mesma coisa estava acontecendo a Davi.
A tentação de Davi
“Certa tarde, Davi se levantou da cama depois de seu descanso e foi caminhar pelo terraço do palácio. Enquanto olhava do terraço, reparou numa mulher muito bonita que tomava banho.” (2 Samuel 11.2).
Todos nós possuímos maus desejos e somos atraídos por eles. A tentação, embora não seja, em si, pecado, é a situação crítica ocasionada pela presença da transgressão no coração humano. Quando cedemos à tentação caímos em pecado (Gn 4.7).
Davi tinha diante de si o desafio de vencer aquele convite ao erro. Lembremos que esse convite surgiu como consequência de seu primeiro ato falho, a omissão. Quanto ao tipo de tentação a que foi submetido, o texto é claro: “reparou numa mulher muito bonita que tomava banho”.
Aprendamos com as histórias de Davi e Caim. Elas nos chamam a atenção para o fato de que pequenos erros podem se transformar em armadilhas que nos levarão a grandes quedas.
Certos hábitos podem parecer não fazer qualquer diferença na vida da gente, mas são exatamente estes que podem vir a ser originadores de sérios problemas futuros.